A Fertilização um Vitro, também conhecida como FIV, é a técnica na qual a fecundação (a união do óvulo com o espermatozoide) é realizada fora do corpo da mulher.
A FIV envolve algumas etapas. Inicialmente a paciente toma medicamentos para estimular a produção de óvulos. O desenvolvimento desses óvulos é acompanhado por meio de ultrassonografia transvaginal.
Quando os óvulos atingem determinado tamanho, um outro medicamento é aplicado, visando o amadurecimento dos óvulos e o horário da captação é agendado. A captação ocorre em sedação, sem dor, em ambiente cirúrgico. Os óvulos serão depois avaliados. Simultaneamente ocorre a captação do sêmen do companheiro, que será avaliado e preparado para a fecundação dos óvulos. O mesmo processo de avaliação e preparo também é realizado quando do uso de sêmen de doador.
A fertilização dos óvulos se dará em laboratório. O óvulo é fecundado com o espermatozoide com auxílio de uma microagulha, com uso de um equipamento especial, micromanipulador. Os embriões formados se desenvolvem em incubadoras (buscando simular ambiente semelhante ao do organismo) e são periodicamente avaliados. Após período de tempo, que varia de casal para casal, podendo ser de três a cinco dias, a paciente retorna para transferência embrionária. A transferência não requer anestesia. Os embriões são colocados dentro do útero com um cateter (um fino tubo) especial com auxílio de ultrassonografia. Após 12 a 14 dias já se pode saber o resultado através de teste de gravidez (beta-HCG).
As principais indicações da FIV incluem:
homens com alterações acentuadas de espermograma, como baixa concentração de espermatozoides, redução acentuada da motilidade e ou morfologia inadequada;
homens vasectomizados ou com obstrução da saída dos espermatozoides por outras causas como ausência congênita dos ductos deferentes (CBAVD – congenital bilateral absence of vas deferens) ou infecções;
homens azoospermicos (ausência de espermatozoides no ejaculado), que podem tentar micro cirurgias testiculares, ou até necessitar de sêmen de doador;
mulheres com tubas uterinas danificadas seriamente ou obstruídas, incluindo obstruções, dilatações (hidrossalpinge) causadas por infecções pélvicas anteriores, cirurgias prévias, endometriose;
mulheres laqueadas (trompas ligadas);
mulheres que sofrem de endometriose com maior grau de severidade;
mulheres com baixa reserva ovariana: pouca quantidade ou qualidade dos óvulos;
casais com histórico de doença genética familiar, que desejem biopsiar os embriões para avaliação genética, visando não transferir embriões com problemas,
pacientes com alterações de cariótipo, incluindo mosaicismos;
casais com ISCA (infertilidade sem causa aparente);
falhas de outros tratamentos como inseminação artificial e coito programado.
- A FIV permite em casos selecionados como:
casais que desejem evitar doenças genéticas sabidamente comuns na família;
casais com mulheres com maior faixa etária que desejem evitar riscos de bebês com síndromes;
casais com abortos de repetição, dentre outros.
É realizado exame genético nos embriões – Uma biopsia com retirada de minúscula amostra de tecido embrionário é retirado, permitindo analisar os embriões antes de colocá-los no útero materno. Assim, é possível selecionar embriões saudáveis para transferir ao útero.
- Congelamento de embriões – O congelamento de embriões é feito quando existem embriões saudáveis excedentes na tentativa de fertilização in vitro. Eles são congelados para se manterem sadios e podem ser utilizados em outras tentativas de gestação.
Adoção de Embriões Congelados – A adoção de embriões, obedecendo normas éticas e indicações médicas, permite a alguns casais, que não podem ou não desejam usar sêmen de doador e ou óvulos doados, a escolha de embriões já formados. Este procedimento envolve rigorosa avaliação medica, busca de compatibilidade fisionômica do casal que vai adotar os embriões e do casal doador, permitindo a experiência da gravidez para esses casais.