O mundo mudou, e mudou para melhor. Respeitar as individualidades é fundamental e com esse objetivo viabilizamos o sonho de mulheres e homens a terem suas famílias independentemente das suas orientações sexuais.

A família moderna brasileira segue as mudanças que ocorreram no mundo e quebrou alguns padrões sociais. Não é mais unânime a família composta por mulher, homem e filhos. O mundo LGBTQ conquistou seu espaço na sociedade e, hoje, os casais homoafetivos têm o direito de recorrer às técnicas de reprodução assistida para ter um filho com seu próprio material genético.

A resolução 2.013/13 do Conselho Federal de Medicina (CFM) para Reprodução Humana oficializou a possibilidade de casais homoafetivos realizarem o tratamento de fertilização in vitro. A gestação compartilhada também é permitida. Essa consiste na aspiração de óvulos de uma das parceiras para serem fertilizados por espermatozoides de um doador formando um embrião que será transferido para o útero da outra parceira.

O que é necessário para o sonho de um casal de duas mulheres?

Para um casal formado por duas mulheres há duas opções: a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro.

Inseminação intrauterina para duas mulheres: 

O procedimento geralmente é realizado através da estimulação ovariana controlada. Quando os folículos estão em tamanho adequado, ocorre a indução de ovulação, que acontecerá cerca de 36 horas depois. Duas horas antes da inseminação, o sêmen do doador escolhido pelo casal é preparado e posteriormente introduzido no interior da cavidade uterina, com a ajuda de um cateter. A identidade do doador é confidencial. Esse procedimento deve ser realizado na parceira que irá gestar o bebê. Os custos da inseminação são inferiores aos da fertilização in vitro, porém, só uma das parceiras pode ter participação no processo.

Fertilização in vitro para duas mulheres: 

Nesse procedimento, as duas companheiras podem ter participação. A fertilização in vivo inicia-se com a estimulação ovariana controlada em uma das companheiras do casal, resultando em óvulos disponíveis para a aspiração. Os óvulos são fertilizados com o sêmen de um doador previamente escolhido em laboratório de reprodução humana. Dos embriões formados, avaliados, serão transferidos um ou dois embriões, de acordo com a idade e os fatores individuais das pacientes. A transferência pode ser realizada na mesma paciente que fez a estimulação ovariana ou na outra parceira do casal, se desejado, para que as duas tenham participação no processo.

Como realizar o sonho de dois homens?

Para os homens, a única técnica disponível é a fertilização in vitro. Os parceiros escolhem entre si de quem será o sêmen utilizado na fertilização. Busca-se selecionar os óvulos de uma doadora compatível com as características físicas do casal.Esses óvulos serão fertilizados pelos espermatozoides do parceiro escolhido, gerando embriões. Para a transferência de embrião, é necessário procurar uma mulher para cessão temporária de útero (barriga solidaria, mais popularmente conhecida como barriga de aluguel). Segundo a resolução publicada pelo Conselho Federal de Medicina em 2017, a barriga solidária deve ser de uma integrante da família de algum dos parceiros e deve ter parentesco consanguíneo de até quarto grau (mãe, irmã, tia, sobrinha, prima e avó) sem o envolvimento de fins lucrativos ou comerciais.

A técnica de fertilização in vitro possibilita que casais homossexuais tenham seus bebês e realizem o sonho da maternidade/paternidade. Além de ser um método seguro, por exemplo, não acarreta aumento de malformação em bebês, a fertilização in vitro permite que a experiência de ter um bebê seja vivenciada também por casais homossexuais.